Festa da Democracia

Brasileiros foram às ruas aos milhares neste domingo (13), em protestos contra a presidente Dilma Roussef (PT), a corrupção, e o PT. Foi um show de democracia, sem registro relevante de episódios de violência e muita presença de famílias.

O foco, além da crise provocada pelos erros da equipe econômica nos dois mandatos de Dilma, foram as investigações da Operação Lava-Jato, que desvenda um volumoso esquema de corrupção na Petrobras e atinge políticos do governo e da base aliada. Além disso, o envolvimento do ex-presidente Lula, ícone do petismo, num suposto caso de favorecimento pessoal junto a empreiteiras com grandes contratos com o governo. Lula tem pedido de prisão a ser analisado.

O Stial (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira) vem a público parabenizar os manifestantes, que em Limeira chegaram a 20 mil, segundo estimativas da PM (Polícia Militar) ao jornal Gazeta de Limeira. Aqui, como no país, o protesto ordeiro e colorido com as cores da bandeira nacional demonstrou uma população saturada dos rumos que o país tomou, e que consolida sua cultura democrática desde as grandes passeatas de junho de 2013.

Em diversos locais, os políticos e os partidos foram excluídos, alguns até hostilizados. Respeitando esta opção dos manifestantes, o sindicato alerta que tal ato deva se concentrar no presente imediato do manifesto. Sim, pois as ferramentas da democracia são exatamente os partidos, e renegar a todos pode significar a falência do próprio Estado Democrático de Direito, solução simplista e imatura. Merece revisão para o futuro.

Assim como outros sindicatos, o Stial já se viu diante da incômoda associação que se faz destas entidades com o PT. A figura do Lula sindicalista, e da CUT (Central Única dos Trabalhadores) alinhada àquele partido favorece a confusão. Nossa história não se confunde, no entanto, nem para o bem e nem para o mal – temos posicionamento isento, e neste momento fazemos a crítica de forma livre. O governo vai mal, assim como a presidente, e a corrupção impera.

Que no futuro, não percamos o ânimo demonstrado neste domingo, nem as lições do pacifismo reinante. Que no dia 18, quando os apoiadores do governo também se manifestarão legitimamente, possamos ver o mesmo clima nas ruas, inclusive sem qualquer intervenção agressiva de quem se manifestou no domingo. Coexistir em manifestos, sem confronto, será a prova de que merecemos a honra de lutarmos por um país melhor.

 

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