Movimento Sindical atento

Artigo de Artur Bueno Júnior, PRESIDENTE DO STIAL (Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira) e diretor da USTL (União Sindical dos Trabalhadores de Limeira).

As primeiras manifestações públicas do governo Temer, sobre a nova política econômica, parecem ter o cuidado de deixar questões em suspenso, numa estratégia que abre o leque de possibilidades e anestesia expectativas. Após uma entrevista coletiva na sexta (13) que pouco adiantou medidas concretas, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu até mesmo a volta da CPMF (Contribuição Provisória Sobre a Movimentação Financeira), sem, no entanto, efetivá-la. Pontos mais concretos foram anunciados “para depois”.

Na seara da propalada reforma previdenciária e da assustadora reforma trabalhista, o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB), afirmou que, no primeiro caso, “a meta é que os aposentados recebam, e que a Previdência seja solvente”. No segundo, falou menos ainda, sem deixar de mencionar o interesse de “dinamizar” a economia, apoiando os empresários. Tudo bastante abstrato, o que não deixa de transmitir certo temor pelo pior.

O movimento sindical, atento, acompanha cada passo desta nova gestão, para que toda a “fumaça”, não acabe indicando o verdadeiro “fogo”. Para bom entendedor, fica claro que, dado o momento de crise econômica, e a linguagem cifrada dos novos governantes, existe a possibilidade concreta de uma reforma previdenciária que imponha elementos agressivos ao trabalhador, como o estabelecimento de uma idade mínima de 65 anos para homens, e 60 anos para mulheres para a aposentadoria. Ou uma reforma trabalhista que estabeleça a prevalência do negociado sobre o legislado, rasgando para sempre nossa legislação trabalhista.

No alvoroço da sucessão, o tema terceirização da atividade fim, infame projeto que já tramita no Congresso Nacional, foi também citado, tendo sido ignorada sua nocividade aos direitos trabalhistas. Analisando os discursos e as intenções dos novos governantes a respeito do combate à crise, o movimento sindical leva na mente uma pergunta constante: será que o trabalhador vai pagar esta conta? A pergunta não atormenta apenas as entidades filiadas à CUT (Central Única dos Trabalhadores), com forte ligação como governo que saiu. É preocupação irrestrita.

Conforme manifestação recente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), o Stial (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação), filiado a ela, é terminantemente contra qualquer medida de flexibilização trabalhista, o que neste momento sempre terá o intuito de precarizar as relações trabalhistas, em prejuízo do trabalhador. Da mesma forma, é terminantemente contra o ataque indiscriminado à Previdência, uma agressão àqueles que tanto lutaram para garantir uma velhice tranquila. Idade mínima avançada que é uma adaptação radical à realidade europeia, sendo que recebemos salários e dependemos de serviços públicos de terceiro mundo.

Defendendo a unicidade sindical, o desenvolvimento com justiça social e a unidade do movimento sindical contra retrocessos, e a retirada de direitos trabalhistas e sociais, a NCST entende a necessidade de geração de emprego e renda. Entende também que o empresário brasileiro está completamente afogado pela alta carga tributária, e ferido pela equivocada política econômica do governo Dilma (PT). Mas não aceita que a lenha do motor da recuperação seja os direitos trabalhistas duramente conquistados, garantidores de uma seguridade social que funciona além das crises.

Estamos atentos a cada pronunciamento, a cada manifestação. E prontos para agir, de forma geral e irrestrita, caso o trabalhador seja ameaçado pelos ideais dos novos ocupantes do governo federal.

 

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