Lições de uma eleição

Acabamos de realizar uma das tarefas mais importante da democracia, o voto para prefeito municipal e vereadores do nosso município. Uma missão que talvez seja até mais importante que a de escolher o Presidente da República, o governador, o senador e os deputados federais ou estaduais. Afinal de contas, são prefeitos e vereadores que administram e legislam em nossa comunidade, provendo os serviços públicos e as políticas das quais necessitamos.

Mas se o voto é a tarefa mais importante, e que coroa o processo democrático local, ele não o encerra. Acompanhar o desempenho dos eleitos no cargo, tendo sido eles ou não os nossos escolhidos, é uma prática que deve ser cada vez mais cultivada. Estar presente nas sessões da Câmara Municipal, cobrar melhorias constantes dos serviços públicos junto à prefeitura, tudo isto é indício de um município de democracia madura. Hoje, os canais são muito mais amplos para isto.

Agora é o momento de esquecermos a alta temperatura da reta final do processo eleitoral. Cada um dos eleitos é nosso representante, e como tal deve corresponder às nossas expectativas da melhor forma possível. Se vereador, deve fiscalizar o Executivo com todo o empenho, além de propor leis que atendam aos interesses do município. Se prefeito, atender a população de forma constante e efetiva, desenvolvendo sua gestão de forma moderna, transparente e eficiente.

No caso do Legislativo, o limeirense mostrou que quer melhor desempenho da Câmara Municipal nesta legislatura. Ora, a renovação das cadeiras foi de 57%, índice inesperado diante de uma eleição onde os mais conhecidos levaram grande vantagem. Cada vereador eleito, e especialmente os reeleitos, devem prestar atenção ao veredicto das urnas, relembrando fatos que possam ter dado subsídio a este fenômeno negativo. O aumento de salários em 103% seria um destes fatos?

No caso da eleição para prefeito, pesou muito a crise política e econômica nacional, além da crise da própria política, cada vez menos acreditada. Muitos eleitores utilizaram o voto para retirar do cargo quem ali estivesse, numa repulsa natural, mas sem foco. Outras lições, no entanto, nos trouxeram a derrota. A percepção da administração municipal de que tudo andava bem, não seria resultado de certo afastamento do eleitor comum? Ou aproximação demais do correligionário? Faltou mais comunicação?

Ao prefeito eleito, Mário Botion (PSD), seu vice, Dr. Júlio (DEM), e aos 21 vereadores eleitos, só nos resta desejar toda a sorte do mundo. Muito mais que isto, oferecer nossa colaboração irrestrita, para que a cidade não sofra ainda mais as condições adversas criadas em Brasília, mas sentidas aqui. O momento é de darmos as mãos e mostrarmos que aprendemos a participar da forma correta, ordeira e propositiva, e principalmente que também sabemos cobrar de forma dura, quando a gestão – ou a legislatura - não realiza o máximo possível. 

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