Por que querem nos tirar o direito à desaposentação?

por Artur Bueno Júnior - Presidente do Stial (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Limeira e Região), vice-presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins) e diretor da USTL (União Sindical dos Trabalhadores de Limeira)

 

A rejeição da desaposentação pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em votação por 7 a 4 ocorrida nesta quarta-feira (26), foi um banho de água fria naqueles que se aposentaram e, sem condições de sobreviver do minguado benefício, foram obrigados a voltar a trabalhar ou continuar trabalhando. Obedecendo a um difuso conceito de “solidariedade” da contribuição ao sistema, o órgão máximo do Judiciário penalizou o segurado, que mesmo aposentado continuou contribuindo com o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

O passo parece ser o primeiro, de uma caminhada terrível para milhões de brasileiros. Sim, pois sabemos que nos aguarda uma Reforma Previdenciária, que pode obrigar o trabalhador a labutar por até 50 anos, se quiser receber o provento integral. Trabalhar até os 65, tendo começado por exemplo aos 15 anos de idade (caso comum no Brasil). A lógica espartana dos ministros do Supremo se igualou à do governo Temer, para quem a contribuição suada advinda do trabalho não possui valor algum.

A decisão veio embalada por uma imprensa nacional que, inebriada pela névoa da crise, elegeu o corte de gastos como meta sagrada, sem olhar méritos e deméritos. Solidificou um déficit para a Previdência que cresce a cada abordagem, aos mesmo tempo que ignora as disfunções do sistema e o abuso de poderosos grupos (políticos, militares). No caso da desaposentação, bradou-se um “quase R$ 8 bilhões ao ano de prejuízo”, ante a possível aprovação da medida. Com seu poder magnético, a mídia pareceu conseguir convencer a muitos que, diante do caos, o trabalhador deve pagar qualquer conta, mesmo sem dever.

O movimento sindical em geral, e a USTL (União Sindical dos Trabalhadores de Limeira) em particular, além da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins) são críticos frontais da decisão do STF. Convocam os trabalhadores a, mobilizados, pressionarem o Congresso Nacional por incluírem o direito inalienável da desaposentação na tal Reforma da Previdência, que deve sair em breve. Mesmo que isso pareça impossível, nossos políticos têm de saber que estamos exigindo nossa soberania. Afinal, este direito a uma nova aposentadoria mais justa é nosso – contribuímos a cada mês trabalhado, e portanto merecemos.

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