Lutar até o final

A Comissão Especial da Câmara Federal que analisa a Reforma da Previdência aprovou, na semana passada, o texto base, que agora vai à votação no plenário. Apostando na desatenção da população, governo e deputados envolvidos deram as mãos ao grande Capital, impondo aos trabalhadores brasileiros a carga de um déficit criado pela corrupção, pelas manobras fiscais, pelos devedores bilionários e pela falta total de gestão do governo. Com suporte da mídia nacional, se sentiram confortáveis para fazê-lo.

Em 28 de abril, milhões de trabalhadores saíram às ruas, em Limeira inclusive, com 3 mil ocupando a prefeitura e Praça Toledo Barros contra as reformas Previdenciária e Trabalhista. Uma mobilização que uniu todas as categorias de trabalhadores, todas as centrais sindicais, e foi independente de qualquer direcionamento político. Mas isto não foi o bastante. Na distante Brasília, a escuridão dos gabinetes da Câmara bastou para que, em troca de cargos ou pelo medo de perdê-los, homens e mulheres eleitos pelo povo preferissem traí-lo. Para todo o sempre.

No final do mês passado, a mesma Casa já havia aprovado a Reforma Trabalhista. Um texto que precariza de forma brutal o emprego, colocando a vida do trabalhador sempre à disposição do patrão. Amplia a jornada de trabalho diária, e reduz o intervalo de refeição. Retrocede em mais de meio século nossa situação trabalhista, abrindo a possibilidade de negociar direitos adquiridos.

A canalhice do governo, desta vez, achou seu eco no aspecto mais conservador de uma parte da população. O ódio aos sindicatos, associados à atividade de baderna, confusão. Fruto da alienação e docilidade à campanha do Capital, que também tenta confundir atividade sindical com atividade partidária. “Sindicatos estão defendendo seu quinhão”, diziam os canalhas, enquanto lesavam o trabalhador.

Nos gabinetes de Brasília, Temer também atuou de forma apelativa. Forçou até uma repetição de votação, para confirmar regime de urgência necessário à aprovação do relatório. No meio do caminho, aplicou punição aos “traidores” do governo, e fez pressão que resultou na mudança de votos de 24 deputados. Sabe-se lá o que negociaram na escuridão dos gabinetes.

A luta ainda não acabou. Caberá ao Senado decidir os próximos passos. Uma Casa onde a participação dos trabalhadores é maior, e também é maior a responsabilidade dos representantes. Estamos confiantes que, ali, as negociatas nocivas ao povo brasileiro sejam mais difíceis de ocorrer. O movimento sindical ocupará Brasília por toda a próxima semana para acompanhar de perto este processo.

Convocamos todos os trabalhadores e trabalhadoras para, junto de suas entidades sindicais, lutarem contra a retirada de diretos conquistados a duras penas. Para que amanhã, possamos olhas nos olhos de nossos filhos e netos, e dizer que lutamos por um mundo melhor para eles.


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